Mulheres somam hoje apenas 30% dos pesquisadores no mundo. Sua participação é ainda menor nos níveis de tomada de decisão, de acordo com dados do Instituto de Estatística da UNESCO (UIS, na sigla em inglês). Com o objetivo de alcançar acesso pleno e igualitário para a participação de mulheres e meninas na Ciência, em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 11/02 como sendo o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência.

Para o segundo aniversário desse Dia Internacional, o setor de Ciências Naturais da UNESCO organizou uma série de eventos, inclusive uma mesa-redonda intitulada “Igualdade de Gênero na Ciência: Mito, Realidade e Perspectivas Futuras”; um workshop para garotas entre 13 e 17 anos com o objetivo de encorajar mais jovens mulheres a considerarem carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes/Design e Matemática (STEAM, na sigla em inglês), e eliminar os preconceitos desanimadores existentes nessas carreiras, como a imagem de homens na liderança; além de uma exibição criada por Marie-Hélène le Ny, com a participação de mulheres que estão desenvolvendo carreiras científicas em campos dominados por homens, a fim de promover o surgimento de novos modelos.

A mesa-redonda permitiu examinar as tendências atuais, determinar os fatores que geram desigualdades e debater os caminhos para o empoderamento de meninas e mulheres nas áreas de STEAM. Contou ainda com discursos de abertura de Flavia Schlegel, diretora-geral adjunta da UNESCO para as Ciências Naturais; Saniye Gülser Corat, diretora da Divisão de Igualdade de Gênero do Escritório da diretora-geral da UNESCO; Isabel Marey-Semper, diretora executiva da Fundação L’Oréal; e Cedric Wachholz, oficial executivo do setor de Comunicação e Informação da UNESCO. Corat debateu a realidade que as mulheres estão enfrentando nos campos de STEAM, como o pagamento desigual e o teto de vidro em posições profissionais, assim como fatores chave das desigualdades de gênero em STEAM. “Existem centenas, se não forem milhares, de mulheres cientistas cujos trabalhos nos beneficiam atualmente, mas cujos nomes nem mesmo os jornais científicos mencionam”, destacou.

A UNESCO vem trabalhando para criar ambientes e modelos positivos para que meninas e mulheres se envolvam e permaneçam nas carreiras de STEAM, desde o programa de longo prazo – o Prêmio UNESCO-L’Oréal Para Mulheres na Ciência (em inglês) – até a mais recente Iniciativa TeachHer (link em inglês), a qual foi desenvolvida para trabalhar com os governos e educadores a fim de garantir que os professores tenham o treinamento necessário para preparar meninas a seguirem carreiras em STEAM. A Iniciativa TeachHer, liderada pela Missão dos Estados Unidos para a UNESCO, pela UNESCO, pelo Instituto de Educação Internacional (IIE, na sigla em inglês), pela Microsoft, Fitbit e outras ONGs e parceiros do setor privado, foi lançada em junho de 2016 e começou a treinar professores na África Subsaariana e na América Central. Você pode encontrar os últimos vídeos da TeachHer aqui (em inglês).