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Building peace in the minds of men and women

Mídia: operação descontaminação

Uma mídia tradicional enfraquecida, uma profusão de informações sem garantia de confiabilidade, limites imprecisos entre fatos e opiniões, ética profissional vacilante... o jornalismo se tornou um alvo, ou está “sob fogo cruzado” (under fire), para usar o título do Colóquio da UNESCO que ocorreu em 23 de março de 2016. Chegou a hora de se perguntar se o quarto poder ainda é todo-poderoso. Recentemente, ele perdeu credibilidade e enfrenta dificuldades para reconquistar a confiança do público.

Mudanças tecnológicas, econômicas e políticas ocorridas na última década contaminaram a arena da mídia mundial. Embora a polarização da mídia seja uma ferramenta de valor inestimável para a democracia, ela também promove a viralidade de conteúdos editoriais falsos, deturpados ou, frequentemente, tóxicos. Então, estamos sendo informados ou manipulados? Hoje em dia, distinguir entre a verdade e a contraverdade é cada vez mais difícil para o público em geral.

 

 

Com a sombra das notícias falsas (veja o glossário) pairando sobre as notícias reais, O Correio convidou jornalistas e especialistas de diversos países para discutir os problemas que ameaçam os meios de comunicação atualmente, na seção Grande Angular.

Para solucionar a crise no jornalismo, deveríamos começar descontaminando o domínio dos meios de comunicação, como acreditam alguns jornalistas. A mídia, atualmente, está sendo infiltrada por todos os tipos de hoaxes (história falsa, farsa), fatos alternativos e outras formas de notícias falsas. Porém, o debate em torno dessa crise vai além: ele ressalta os pontos de vista diferentes, e muitas vezes divergentes, dos respectivos e interligados papéis dos meios tradicionais e das novas tecnologias; questiona o ethos e a educação. O debate também se debruça sobre os novos modelos de negócios, procurando maneiras de permitir que a mídia reconquiste sua função essencial de contrabalançar o poder – para se tornar, novamente, a fiadora de uma democracia funcional. 

Jornalistas e a mídia em todo o mundo estão prontos para lutar pelo que consideram um dos seus deveres mais fundamentais: condenar a violação dos direitos democráticos. Às vezes, eles pagam muito caro por isso, como demonstra o caso de Dawit Isaak, ganhador do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO-Guillermo Cano (UNESCO/Guillermo Cano World Press Freedom Prize). Sua jornada inspiradora é a reportagem principal de nossa seção Assuntos Atuais. Essa seção também inclui um debate sobre a reconstrução do patrimônio cultural destruído, tcoincidindo com o 41o Comitê do Patrimônio Mundial; uma "vacina" contra o analfabetismo, tpara celebrar o Dia Internacional da Alfabetização; e uma defesa dos recursos educacionais abertos (REA), para marcar o segundo Congresso Mundial de Recursos Educacionais Abertos.

Nossa convidada para este número de O Correio é Giuseppina Nicolini, a “Leoa de Lampedusa”, que, juntamente com a ONG SOS Méditerranée, ganhou o Prêmio da Paz Félix Houphouët-Boigny da UNESCO, em abril de 2017. Ela nos conta como os 6,5 mil habitantes de sua pequena ilha na Itália receberam 25 mil imigrantes em apenas dois meses.

Na seção Ideias, O Correio se une à Conferência Mundial de Ciências Humanas, que acontecerá em Liège, na Bélgica, de 6 a 12 de agosto de 2017. A conferência é uma oportunidade para promover a humanitude, um conceito que explora a abertura ao Outro – a única saída possível para um mundo desencantado. Essa questão também envolve o papel das ciências humanas na atualidade, em especial no Caribe, e o papel da poesia como veículo para transmitir conhecimento e valores humanos.

Meu rosto, minha terra é o título do ensaio fotográfico do projeto IDENTiTES, publicado para marcar o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Na seção Zoom, O Correio convida todos para descobrir a comunidade indígena Xákmok Kásek, no Paraguai.

Jasmina Šopova, diretora editorial

 

Julho - setembro 2017