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Building peace in the minds of men and women

Cultura: um pilar para a paz

 

Nos últimos anos, nós testemunhamos o surgimento de uma nova consciência sobre o papel que a cultura desempenha na segurança e na paz. Isso tomou a forma de uma série de ações internacionais ousadas e inéditas. Pela primeira vez na história, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, a Resolução 2347, aprovada unanimemente em 24 de março de 2017, trata de diversas ameaças ao patrimônio cultural.

Outro evento inédito foi a primeira condenação do Tribunal Penal Internacional, em 27 de setembro de 2016, para um crime de guerra envolvendo a destruição intencional de um patrimônio cultural. O autor do crime, Ahmad Al Mahdi, membro do grupo islâmico extremista Ansar Dine, recebeu uma sentença de nove anos de prisão. Em uma entrevista exclusiva para O Correio da UNESCO, ele explicou como foi envolvido, desde a primeira infância, em um círculo vicioso que levou ao extremismo violento, e como suas ações foram nocivas para a causa da humanidade e para suas próprias perspectivas futuras.

Esse círculo vicioso também foi o foco do documentário, Jihad: A Story of the Others (Jihad: uma História dos Outros, em tradução livre), de Deeyah Kahn, Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO para a Liberdade Artística e a Criatividade. Nascida na Noruega de uma família muçulmana, ela vivenciou em primeira mão as consequências do crescimento do fundamentalismo religioso, antes de colocá-lo sob o escrutínio de sua lente. Ela fez da arte sua arma, porque esta “abole as diferenças e demole os muros e as desigualdades que nos dividem”. Essa é uma convicção compartilhada pela Global Arts Corps (GAC), uma comunidade internacional de artistas profissionais que incentiva jovens sobreviventes de genocídios a usar o teatro como ferramenta para a reconciliação consigo mesmos, com seu passado e com os Outros.

Há muitos artigos a serem explorados na seção Grande angular desta edição de O Correio, que também inclui algumas reportagens igualmente fascinantes.

Uma das maiores tragédias do nosso tempo, chamada de “crise da migração”, expõe o tribalismo do que o filósofo Souleymane Bachir Diagne chama de uma “crise da ideia de humanidade”. Esse é o tema da seção Ideias, do qual trata Sarah Willcox ao direcionar os sholofote para os cientistas migrantes ou refugiados.

Na maioria dos casos, essas pessoas foram forçadas pela guerra a fugir de suas casas. Porém, o que acontece com seus filhos, desprovidos do direito de ir à escola? Nós tratamos disso de relance na seção Zoom, onde o triste espetáculo de escolas fortificadas, salas de aula abandonadas e livros queimados contrasta com os sorrisos invencíveis da infância, brilhando em uma bolha de felicidade.

O Nosso convidado desta edição é Ouided Bouchamaoui, membro do Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2015, o grupo de organizações da sociedade civil desempenhou um papel fundamental em ajudar a Tunísia a estabelecer um processo político pacífico – ao iniciar um diálogo nacional em 2013, quando o país estava à beira de uma guerra civil.  

Na seção Assuntos atuais, O Correio explora diferentes aspectos dos nossos oceanos – a história fascinante do Nanhai n° 1, o naufrágio de um navio mercante chinês do século XIII, preservado hoje em seu “Palácio de Cristal”. Nós participamos da aventura do Energy Observer, ta primeira embarcação movida a hidrogênio e energias renováveis, que começou sua viagem ao redor do mundo em junho de 2017. Nós também descobrimos o Projeto SMART, uma rede de sensores ambientais dispostos ao longo de milhares de quilômetros de cabos subaquáticos, que poderiam fornecer dados em tempo real para reduzir os efeitos de tsunamis.

Jasmina Šopova, diretora editorial

 

Outubro - dezembro 2017