Juventude no Brasil
Homens e mulheres jovens têm criatividade, potencial e capacidade para fazer as mudanças acontecerem – por eles próprios, para suas sociedades e para o resto do mundo. O trabalho da UNESCO com e para a juventude está comprometido a dar autonomia aos homens e às mulheres jovens e a ajudá-los a trabalhar juntos para estimular a inovação e a mudança social, a participar ativamente no desenvolvimento de suas sociedades, a erradicar a pobreza e a desigualdade, e a promover uma cultura de paz.
Os jovens não são somente beneficiários desse trabalho – são também atores essenciais para encontrar soluções para as questões enfrentadas por eles no mundo atual. A energia e a liderança dessas pessoas têm demonstrado ao mundo que elas devem se engajar completamente no desenvolvimento social e receber apoio de suas sociedades nesse trabalho.
As Nações Unidas definem “juventude” como a faixa etária que abrange pessoas entre os 15 e os 24 anos de idade. No entanto, sabemos que a experiência de ser jovem pode variar enormemente em todo o mundo, e que, muitas vezes, juventude é uma categoria fluida e mutável. Como tal, o contexto é sempre um guia importante para a UNESCO na definição de juventude em ocasiões específicas, sendo que essa definição é flexível e pode variar entre países e regiões.
Parcerias entre a Representação da UNESCO no Brasil e o governo têm tido um papel essencial na elaboração e implantação de uma política nacional para jovens, e também no estabelecimento de fóruns para a formulação, implantação e o monitoramento de programas direcionados à juventude, sob uma perspectiva de cooperação com a Secretaria Nacional de Juventude e o Conselho Nacional de Juventude.
Para obter maior entendimento sobre as causas dessa situação, em 1997, a Representação da UNESCO no Brasil criou uma linha de pesquisa sobre juventude, violência e cidadania. Com base nos resultados de estudos realizados até 2005, a equipe do Setor de Ciências Humans e Sociais passou a elaborar estratégias para lidar com a violência entre jovens e promover sua inclusão social.
Como foi verificado que a ocorrência de atos de violência envolvendo jovens aumentava 68,2% nos fins de semana, em 2000, a Representação da UNESCO no Brasil estabeleceu um programa direcionado à abertura de escolas aos sábados e domingos, para que jovens e suas comunidades tivessem acesso a atividades culturais, esportivas e de lazer.
A efetividade do chamado Programa Abrindo Espaços foi tanta que, em 2004, sua metodologia foi adotada como política pública pelo governo federal, por meio de uma parceria a UNESCO no Brasil. Esse programa tem sido replicado nos seguintes países: Argentina, El Salvador, Honduras, Guatemala, Nicarágua e República Dominicana.
Também merece destaque o Programa Criança Esperança, implementado pela UNESCO desde 2004, em parceria com a TV Globo, para contribuir no fortalecimento de comunidades , desenvolvendo ações voltadas para a prevenção da violência urbana, a disseminação de uma cultura da paz e a promoção de direitos, por meio da oferta de atividades artísticas, culturais, esportivas, de capacitação, cidadania e de geração de emprego e renda. O programa desempenha um papel importante na melhoria da qualidade de vida de grupos vulneráveis, como afrodescendentes, populações indígenas, mulheres, crianças, adolescentes, jovens em situação de risco – como crianças de rua, portadores de HIV, usuários de drogas, e vítimas de violência doméstica e sexual – e crianças, adolescentes e jovens com necessidades especiais.
Como regra, as intervenções de organizações da sociedade civil apoiadas pela UNESCO são aquelas que procuram valorizar talentos na comunidade e empoderar jovens, para que estes possam se tornar protagonistas do seu próprio futuro. Esse é o caso do Grupo Cultural Afroreggae e da Central Única das Favelas (CUFA), reconhecidos internacionalmente, e têm suas experiências estudadas pela London School of Economics and Political Science (LSE) na pesquisa Sociabilidades Subterrâneas, em parceria com a Representação da UNESCO no Brasil e com apoio do Itaú Cultural e da Fundação Itaú Social, que buscaram desenvolver uma metodologia para sua replicação.
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