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Construir a paz nas mentes dos homens e das mulheres

Rádio: mais forte e mais vibrante do que nunca

Metade dos programadores da Bush Radio, uma estação de rádio comunitária na Cidade do Cabo, na África do Sul, são mulheres.

Primeiro, a chegada da televisão; depois, o surgimento da internet e das redes sociais – tudo isso deveria ter levado ao fim do rádio. Ainda assim, o rádio continua a transmitir e a ecoar o que o que acontece no mundo de hoje. Além disso, desde 2011, tem seu próprio Dia Mundial do Rádio, celebrado todos os anos em 13 de fevereiro, cujo tema em 2020 é a diversidade.

Certamente, após um século de existência, este meio de comunicação evoluiu. Os transístores deram lugar a computadores e a telefones celulares. A invenção do podcast, nos anos 2000, tornou possível o desenvolvimento de novos tipos de scripts de rádio e a criação de uma programação independente das adversidades das transmissões ao vivo.

Por exemplo, Carolina Guerrero, fundadora do serviço de podcast em espanhol, Radio Ambulante, explica que transmitem longas histórias inspiradas no cotidiano das pessoas que vivem nas Américas.

 

Na China, a plataforma digital, Himalaya FM, também obteve sucesso em alcançar seu objetivo de permitir que profissionais e amadores criassem, sob demanda, conteúdos pagos para programações de áudio. Em poucos anos, a plataforma tornou-se a rede de áudio mais popular do país.

No entanto, a explosão dos podcasts não significou o fim do rádio FM. Em Burkina Faso, por exemplo, onde existem nada menos que 154 estações de rádio em atividade, o entusiasmo dos cidadãos por esse meio de comunicação permanece intacto, e permite que mesmo aqueles em áreas remotas se mantenham informados e participem dos debates que estão em destaque no país.

Com o surgimento das redes sociais, os cidadãos ouvintes podem expressar sua opinião ao vivo e até mesmo contribuir com as configurações de seus programas de rádio. Atualmente, quer sejam FM ou digitais, as estações de rádio precisam lidar com essa nova forma de interatividade dos cidadãos, e também contar com uma maior participação das mulheres, assíduas ouvintes desde o início do rádio.

Apesar dos avanços tecnológicos e dos modos de consumo, o rádio continua sendo uma voz que parece conversar com cada um de nós individualmente. Uma voz que fala à nossa imaginação, especialmente à noite, quando chega o momento especial em que palavras mais íntimas e sinceras podem ser ditas no ar.

O rádio também é uma voz por meio da qual as notícias do mundo são contadas. Como a voz de Mark Tully, uma figura lendária da BBC na Índia, que durante mais de 25 anos cobriu as notícias em uma época em que o rádio era o principal meio de comunicação neste país de mais de 1 bilhão de pessoas.

Na seção Zoom,.da Argélia ao México, de Comores à China, dos Estados Unidos à Guiné-Bissau, a fotógrafa Nadia Ferroukhi explora as diversas facetas das sociedades matriarcais em sua série In the Name of Mother (Em nome da mãe, em tradução livre).

Será que os homens pré-históricos eram selvagens, sempre prontos para o combate? Não necessariamente. Na seção Ideias, a historiadora da pré-história, Marylène Patou-Mathis, diretora de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (Centre National de la Recherche Scientifique – CNRS), refuta ideias preconcebidas sobre nossos antepassados, e mostra que, na verdade, a violência coletiva teve início com a sedentarização dos grupos humanos.

A atriz cazaque Samal Yeslyamova e Sergey Dvortsevoy, diretor do filme Ayka, de 2018, são Nossos Convidados. No filme, a protagonista interpreta uma migrante quirguiz forçada a abandonar seu recém-nascido, separando-se assim de sua própria carne, na esperança de uma vida melhor em Moscou.

Na seção Assuntos Atuais, este número de O Correio faz um retrospectiva histórica da Liga das Nações, a organização internacional criada há um século, que foi a origem da Comissão Internacional de Cooperação Intelectual, precursora da UNESCO.

Helen Pankhurst, bisneta da emblemática figura do movimento sufragista no Reino Unido, Emmeline Pankhurst,  discute as sucessivas ondas do feminismo, e traça a história desse movimento que lutou pelo direito das mulheres ao voto.

Laeticia Kaci

This podcast boom has not meant the end of FM radio, however. In Burkina Faso, where there are no fewer than 154 active radio stations, the enthusiasm of citizens for this medium remains intact – allowing even those in remote areas to stay informed and take part in the debates that are making news in the country.

With the rise of social media, citizen listeners can express their opinions live on air, and even help shape their programmes. Radio stations, whether FM or digital, must now deal with this new form of citizen participation.

They have also had to give more space to women, who have been regular listeners since the early days of the medium. 

In spite of technological developments and modes of consumption, radio remains a voice. A voice that seems to speak to us alone. A voice that speaks to our imagination, especially at night, that special time when more intimate, less constrained, words can be used on air.

Radio is also a voice through which world news is told. Like that of Mark Tully, a legendary figure of the BBC in India, who, for nearly twenty-five years covered the news at a time when radio was the principal means of communication in this country of more than a billion people.

From Algeria to Mexico, from the Comoros to China, via the United States and  Guinea-Bissau – photographer Nadia Ferroukhi explores different facets of matriarchal societies in her series In the Name of Mother, in Zoom

Were prehistoric humans savages, always ready for a fight? Not necessarily. In the Ideas section, prehistorian Marylène Patou-Mathis, research director at the French National Centre for Scientific Research (CNRS), challenges preconceived ideas about our ancestors, and shows that collective violence actually started with sedentarization.

In Ayka, she plays a Kyrgyz migrant forced to abandon her newborn, and a part of herself, in the hope of a better life in Moscow. Kazakh actress Samal Yeslyamova and Sergey Dvortsevoy, director of the 2018 film, are Our Guests.

In the Current Affairs section, the Courier takes a detour into the past to look at the League of Nations, the international organization founded a century ago, which was the origin of the International Commission on Intellectual Cooperation, the forerunner of UNESCO.

Helen Pankhurst, great-granddaughter of Emmeline Pankhurst, the emblematic figure of the suffragette movement in the United Kingdom, discusses the successive waves of feminism, while tracing the history of this movement which fought for women’s right to vote.

Laeticia Kaci

2020-1