Tartarugas-verdes retornam às Seychelles
Fanny DouvereCoordenadora do Programa Marinho, Centro do Patrimônio Mundial, UNESCO.
O Atol de Aldabra, nas Seychelles, é único porque abriga alguns dos corais mais antigos do mundo, com mais de 125 mil anos. É também o lar de uma das maiores populações de tartarugas-verdes do planeta.
Quando o atol foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1982, sua população de tartarugas-verdes estava quase extinta. Ao introduzir rigorosas medidas de proteção para as praias de nidificação ao redor do Atol de Aldabra, o número dessas tartarugas gigantes, que nidificam anualmente, aumentou de 500-800 no final da década de 1960 para 3100-5225 em 2011.
Atualmente, a população de tartarugas-verdes do Atol de Aldabra é a maior da região Ocidental do Oceano Índico, e está crescendo a cada ano. Atualmente, a gestão do atol é administrada como uma empresa profissional, liderada pela Seychelles Island Foundation (SIF) (Fundação das Ilhas Seychelles, em tradução livre). Seu status de Patrimônio Mundial da UNESCO ajudou a manter a área amplamente livre de desenvolvimento e a garantir um fluxo regular de renda por meio do turismo.
Antes da pandemia de COVID-19, o turismo sustentável desempenhava um papel fundamental na manutenção dos principais programas científicos e de observação. Grande parte desse apoio enfrenta agora um futuro incerto. Isso ocorre no momento em que os recifes de coral estão se deteriorando rapidamente devido aos efeitos da mudança climática.
Atualmente, os sítios marinhos inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO formam uma rede de 50 áreas protegidas em 37 países, se estendendo dos trópicos até os polos. Pesquisas recentes mostram que as tartarugas-verdes do Atol Aldabra viajam pela rede de sítios marinhos do Patrimônio Mundial – algumas delas indo até as Ilhas Galápagos, no Equador.
A pesquisa destaca a conectividade dos ecossistemas das áreas oceânicas em todo o mundo, e enfatiza a importância crucial dos mecanismos internacionais de conservação, como a Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, para protegê-los..
A reconstituição da vida marinha, O Correio da UNESCO, jan./mar. 2021.
Leia mais:
The Vallée de Mai: A paradise garden in the Seychelles, The UNESCO Courier, Apr. 1994Six good turns from the turtle, The UNESCO Courier, Dec. 1978
Assine O Correio da UNESCO para artigos instigantes sobre assuntos contemporâneos. A versão digital é totalmente gratuita.
Siga O Correio da UNESCO: Twitter, Facebook, Instagram