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Equipes de pesquisa formadas por jovens da América Latina e Caribe abordam problemas relacionados à saúde mental e à educação durante a pandemia da COVID-19

09/07/2021

Jovens como Pesquisadores (Youth as Researchers – YAR), é uma iniciativa global sobre COVID-19, em que jovens de todas as regiões do mundo colaboram em equipes globais, regionais ou nacionais para elaborar e realizar seus próprios projetos de pesquisa. As iniciativas concentram-se em explorar o impacto da COVID-19 na juventude e em fornecer recomendações tangíveis para a recuperação pós-pandemia.

O comitê gestor do projeto, os formadores, os coordenadores das equipes e os pesquisadores oferecem seu tempo para coordenar, treinar e colaborar com esses jovens. A UNESCO e seus escritórios em todo o mundo, as cátedras UNESCO na Universidade Nacional da Irlanda, Galway e na Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), e os parceiros da iniciativa YAR apoiam os jovens pesquisadores por meio de: treinamento, orientação, coordenação, planejamento de eventos e publicação de pesquisas em revistas científicas de renome.

Nos próximos tópicos, mostramos um pouco mais sobre esta iniciativa da UNESCO e falamos sobre como quatro equipes de trabalho (duas equipes nacionais do Haiti; uma equipe regional da América Latina e Caribe, com membros de vários países da região; e uma equipe nacional do Brasil) não se deixaram abater pela pandemia e continuam a contribuir, mesmo enfrentando diversos desafios.

 

Psicossocial

A pesquisa da equipe sobre saúde mental do YAR Haiti busca explorar os impactos da COVID-19 no bem-estar psicossocial dos jovens daquele país. Seu trabalho tem enfocado os níveis de contribuição das redes sociais na mitigação das consequências psicossociais da pandemia em sua geração. A equipe também tenta destacar as dificuldades econômicas da sociedade haitiana, já enfraquecida por conflitos sociopolíticos recorrentes e com frágeis sistemas político e de saúde. Trata-se, portanto, de coletar dados (tanto por meio de enquetes como de entrevistas) para avaliar a frequência de utilização das redes sociais, os comportamentos, os motivos e as consequências para o contexto social da vida dos participantes.

“Depois das diversas medidas restritivas adotadas pelos órgãos competentes, os jovens se sentem isolados, sem condições de realizar suas atividades e de socializar com seus entes queridos”, afirma o líder da equipe, Peterson Antenor. Portanto, sua pesquisa espera produzir um debate relevante sobre a necessidade de considerar o bem-estar psicossocial dos jovens na implementação de políticas públicas adaptadas e úteis no Haiti, especialmente em tempos de crise, para fortalecer a capacidade de resposta durante a pandemia.

Educação

Considerando que a pandemia interrompeu vidas em todo o mundo, e que os jovens têm sido um dos grupos mais afetados, principalmente no âmbito educacional, a equipe regional da América Latina e Caribe, formada por membros de vários países da região, busca explorar, analisar e examinar as percepções e experiências de educação à distância de seus pares que frequentam universidades públicas e privadas na América Latina. “Os jovens consideram as aulas virtuais tão eficazes em termos de aprendizagem quanto as aulas presenciais?”, questiona Gerónimo Fullana, chefe da equipe regional da LAC. Responder a essa pergunta é fundamental para promover “as estratégias que atendam melhor aos jovens, para ajudá-los a participar de uma experiência acadêmica mais eficaz e contextualizada, além de responder a diferentes necessidades e perspectivas educacionais”, diz ele.

Tendo em vista as mudanças que a COVID-19 trouxe para seus modos de vida, especialmente na área da educação, uma segunda equipe de jovens pesquisadores haitianos se dedicou a investigar o impacto da COVID-19 nos estudos de jovens universitários do país caribenho. “No final de 2020, no Haiti, os jovens não tinham as mesmas possibilidades de acesso à educação... A maioria esperou que tudo voltasse ao normal com o sistema tradicional” (aulas presenciais), explicou o líder da equipe, Ludmil Emmanuel.

Sua pesquisa se concentra no impacto das medidas tomadas pelas universidades para enfrentar a COVID-19 nos estudos dos jovens haitianos. Sua hipótese de pesquisa é baseada em duas premissas: que a pandemia da COVID-19 está pressionando a grande maioria dos jovens universitários do Haiti a continuar seus estudos; e que a pandemia da COVID-19 acabou com ou alterou os planos futuros dos jovens estudantes universitários no país. Atualmente, eles estão trabalhando para distribuir sua pesquisa por meio de diferentes canais de mídias sociais, bem como para organizar entrevistas com jovens estudantes.

Os jovens agem no enfrentamento dos problemas sociais

A pesquisa da equipe YAR do Brasil tem como objetivo identificar, mediante um questionário online, as diferentes percepções e ações dos jovens brasileiros em relação às dificuldades e às possibilidades de enfrentar os problemas decorrentes da pandemia da COVID-19. Por exemplo, a pesquisa do grupo tem como objetivo informar sobre as estratégias desenvolvidas pelos jovens que participam de diferentes movimentos sociais, culturais e étnicos, a fim de ajudá-los na adaptação aos desafios que estão enfrentando nesta época sem precedentes.

Os dados para este relatório serão coletados a partir de entrevistas virtuais remotas, que fornecerão relatos de diferentes jovens sobre as alternativas criadas pela juventude brasileira para promover seu bem-estar e garantir os direitos humanos, especialmente das minorias marginalizadas que vivenciaram um enorme aumento nas desigualdades sociais durante a pandemia.

Essa equipe teve que superar ainda mais desafios do que a maioria, sobretudo após a trágica morte de uma de suas coordenadoras, Luciana Amorim: “Desde o início, foi nosso interesse, uma criação colaborativa, desenvolver uma investigação com o interesse do nosso grupo super diverso, isto é, nas áreas de saúde, educação e cultura. Não tem sido fácil, porque a nossa vida é bastante ocupada e difícil, considerando o contexto da pandemia, em que perdemos um dos nossos coordenadores”, explicou o grupo. A perseverança da equipe é uma honra para o legado de Luciana.