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TIC na educação do Brasil

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) exercem um papel cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e vivermos.

O desafio é equipar essas tecnologias efetivamente, de forma a atender aos interesses dos aprendizes e da grande comunidade de ensino e aprendizagem.

 

A UNESCO acredita que as TIC podem contribuir para o acesso universal à educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a gestão educacional ao fornecer a combinação certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades.

Por meio de uma plataforma intersetorial própria, com foco no trabalho conjunto dos setores de Comunicação e Informação, Educação, e Ciências, no qual são tratadas as questões sobre acesso, inclusão, equidade e qualidade na educação.

A UNESCO – seus escritórios nacionais, regionais e institutos – em colaboração com seus parceiros, desenvolve recursos que podem ajudar os países a elaborarem TIC para políticas, estratégias e atividades educacionais de forma efetiva, incluindo a garantia de que essas estratégias enfrentem os desafios causados pela exclusão digital das populações mais desfavorecidas.

Seu programa inclui:

  • Capacitação e aconselhamento em políticas públicas para o uso de tecnologias na educação, particularmente nos domínios emergentes, como a aprendizagem móvel.
  •  Garantia de que os professores tenham as habilidades necessárias para usar as TIC em todos os aspectos da prática de sua profissão por meio de ferramentas como o Marco Político de Padrões de Competência em TIC para Professores.
  • Apoio do uso e desenvolvimento de recursos e softwares educacionais plurilíngues, que sejam disponíveis para uso e reúso como resultado de licenças abertas, como recursos educacionais abertos (REA) e software livre e aberto (free and open source software – FOSS).
  • Promoção das TIC para a educação inclusiva, que inclua também as pessoas com deficiências e proporcione a igualdade entre homens e mulheres.
  • Coleta de dados estatísticos e desenvolvimento de indicadores sobre o uso de TIC na educação.
  • Provisão de apoio a políticas públicas que garantam que o potencial das TIC seja aplicado efetivamente em todo o sistema educacional.
  • O Instituto de Tecnologias de Informação para a Educação (UNESCO Institute for Information Technologies in Education – IITE), com sede em Moscou, é especializado no intercâmbio de informações, pesquisa e treinamento sobre a integração das TIC em educação.

A UNESCO trabalha com comunidades educacionais de todo o mundo – ministérios da Educação, institutos especializados, professores, aprendizes e participantes em capacitações – para alavancar efetivamente o potencial das TIC de forma a elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem.

 

O uso de TIC na educação do Brasil

O Brasil precisa melhorar a competência dos professores na utilização das TIC na educação. A forma como o sistema educacional incorpora as TIC afeta diretamente a redução da exclusão digital existente no país.

Vários pontos devem ser levados em conta quando se procura responder a questões como estas: Como as TIC podem ser utilizadas para acelerar o desenvolvimento em direção à meta de "educação para todos e ao longo da vida"? Como elas podem propiciar melhor equilíbrio entre ampla cobertura e excelência na educação? Como elas podem contribuir para reconciliar universalidade e especificidade local do conhecimento? De que maneira a educação pode preparar os indivíduos e a sociedade, de forma que eles dominem as tecnologias que permeiam de modo crescente todos os setores da vida e, com isso, possam se beneficiar delas?

  • Primeiro, as TIC são apenas uma parte de um desenvolvimento contínuo de tecnologias, a começar pelo giz e pelos livros, sendo que todos podem apoiar e enriquecer a aprendizagem.
  • Segundo, as TIC, como quaisquer ferramentas, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins educacionais.
  • Terceiro, várias questões éticas e legais, como as vinculadas à propriedade do conhecimento, ao crescente tratamento da educação como mercadoria, à globalização da educação frente à diversidade cultural, interferem no amplo uso das TIC na educação.

Na busca de soluções para essas questões, a UNESCO coopera com o governo brasileiro e com instituições parceiras na promoção de ações de disseminação de TIC nas escolas, com o objetivo de melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, entendendo que a alfabetização digital é uma decorrência natural da utilização frequente dessas tecnologias. A UNESCO também coopera com o Programa TV Escola, para explorar a convergência das mídias digitais na ampliação da interatividade dos conteúdos televisivos utilizados no ensino presencial e a distância.

A UNESCO no Brasil conta com a permanente parceria das Cátedras UNESCO em Educação a Distância em várias universidades brasileiras, que utilizam as TIC para promover a democratização do acesso ao conhecimento no país.

Recursos Educacionais Abertos (REA)

Os REA são materiais para ensinar, aprender e pesquisar, que estão em domínio público ou são publicados com uma licença de propriedade intelectual que permite sua livre utilização, adaptação e distribuição. 

A UNESCO acredita que o acesso universal à educação de alta qualidade é a chave para se construir a paz, o desenvolvimento social e econômico sustentável, e o diálogo intercultural. Os Recursos Educacionais Abertos (REA) oferecem uma oportunidade estratégica para melhorar a qualidade da educação, bem como para facilitar o diálogo sobre políticas públicas, o compartilhamento de conhecimento e a capacitação. 

 

Em 2001, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), em uma iniciativa sem precedentes, anunciou a liberação em acesso livre, na internet, de quase todos os seus cursos. Com o aumento do número de instituições que oferecem cursos livres e abertos, em 2002, a UNESCO organizou o Primeiro Fórum Global em REA (1st Global OER Forum), no qual foi adotada a expressão "recursos educacionais abertos" (REA). 

Com o apoio da Hewlett Foundation, em 2005, a UNESCO criou uma comunidade mundial em REA (OER Community wiki), para compartilhar informações e trabalhar de forma colaborativa em questões relativas ao uso de REA. A UNESCO está desenvolvendo uma nova e inovadora Plataforma de REA, que oferecerá publicações da Organização selecionadas como REA, e permitirá que comunidades de prática, incluindo professores, estudantes e profissionais da educação, possam copiar, adaptar e compartilhar seus recursos livremente.

Em parceria com instituições europeias importantes na área, a UNESCO é membro da iniciativa Open Educational Quality (OPAL) para desenvolver um Marco de Práticas de REA, práticas essas que melhoram a qualidade e a inovação na educação.

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Aprendizagem móvel

Os aparelhos móveis (telefones celulares, smartphones, tablets etc.) estão transformando o modo pelo qual nós nos comunicamos, vivemos e aprendemos. A aprendizagem móvel oferece formas modernas que ajudam no processo de aprendizagem por meio de aparelhos móveis, como notebooks, tablets, MP3 players, smartphones e telefones celulares e smart phones. Devemos garantir que essa revolução digital se torne uma revolução na educação, promovendo uma aprendizagem inclusiva e de melhor qualidade em todos os lugares.

À medida que as tecnologias móveis se deslocam das margens da educação para seu centro, os professores se tornam peças-chave para o sucesso das TIC no ensino e na aprendizagem. As tecnologias móveis não são uma panaceia, mas apresentam um caminho claro para melhorar a eficiência educacional. A aprendizagem móvel apresenta atributos exclusivos, se comparada à aprendizagem tecnológica convencional: ela é pessoal, portátil, colaborativa, interativa, contextual e situada; ela enfatiza a "aprendizagem instantânea", uma vez que a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. Além disso, ela pode servir de apoio às aprendizagens formal e informal, tendo assim um enorme potencial para transformar o modo de se oferecer educação e treinamento.

Os aparelhos móveis são a TIC mais onipresente e bem-sucedida da história da humanidade. Elas existem em grandes quantidades, em lugares onde livros e escolas são escassos. Em menos de uma década, as tecnologias móveis se espalharam para os lugares mais longínquos do planeta. Da população estimada da Terra, por volta de 7 bilhões de pessoas, 6 bilhões já têm acesso a um telefone móvel em funcionamento. A África, que nos anos 1990 apresentava um índice de penetração da telefonia móvel de apenas 5%, atualmente é o segundo maior e mais crescente mercado dessa tecnologia do mundo, com um índice de penetração de mais de 60%, e que ainda está aumentando.

A escassez da quantidade de professores – tanto atual quanto futura – impede uma ampla gama de esforços de desenvolvimento, ao não permitir que os jovens tenham acesso a uma instrução de alta qualidade, necessária para se sobressair nas sociedades do conhecimento. Essa escassez de professores capacitados e motivados é mais grave em partes do mundo nas quais se necessita desesperadamente de mais instrução de melhor qualidade.

Á luz da emergência da crise mundial de professores, a UNESCO deseja compreender melhor como as tecnologias móveis podem ajudar a preparar novos professores e proporcionar desenvolvimento profissional para os que estão na ativa, além de explorar meios para que as referidas tecnologias ajudem na oferta da educação para todos. Assim, a UNESCO busca ampliar as parcerias e promover atividades e discussões sobre tópicos de ponta, como os Recursos Educacionais Abertos (REA); aplicativos de sala de aula para smartphones e celulares simples; conteúdos para tablets e netbooks; métodos pedagógicos para a aprendizagem móvel; desenvolvimento de aplicativos também para essa modalidade de aprendizagem; mídias sociais e muito mais.

A aprendizagem móvel surge como uma das soluções para os desafios enfrentados pela educação. Melhorar o acesso e a qualidade da educação requer liderança política, planejamento e ação. As tecnologias móveis têm a chave para transformar a exclusão digital que existe atualmente em dividendos digitais, trazendo consigo uma educação inclusiva e equitativa de qualidade para todos. 

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