<
 
 
 
 
×
>
You are viewing an archived web page, collected at the request of United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) using Archive-It. This page was captured on 16:43:41 Mar 17, 2022, and is part of the UNESCO collection. The information on this web page may be out of date. See All versions of this archived page.
Loading media information hide

Cultura de paz no Brasil

O estabelecimento de uma cultura de paz e o desenvolvimento sustentável estão no cerne do mandato da UNESCO. A capacitação e a pesquisa em desenvolvimento sustentável estão entre as prioridades, assim como a educação em direitos humanos, competências para as relações pacíficas, a boa governança, a memória sobre o Holocausto, a prevenção de conflitos e a construção da paz.

A pobreza, a desigualdade e a injustiça social se refletem na contínua violação dos direitos humanos, incluindo o direito à vida e à segurança.

A questão da violência no Brasil é uma das maiores preocupações da sociedade. Os índices de violência e de insegurança, especialmente nos grandes centros urbanos, aumentaram nas últimas duas décadas.Atualmente, os homicídios são uma das principais causas de morte entre homens jovens de idades entre 15 e 39 anos, sendo que a maioria das vítimas é constituída por homens negros.

  • No IVJ 2017, ano base 2015, foi constatado que em  quase  todos os estados brasileiros,  as  negras  com  idade  entre  15  a  29  anos  apresentam mais risco de exposição à violência que as jovens brancas na mesma faixa etária. O risco relativo de uma jovem negra ser vítima de homicídio é 2,19 vezes maior do que uma jovem branca.

  •  

    Entre as jovens e os jovens brasileiros de 15 a 29 anos, a chance de um jovem negro ser assassinado é quase três vezes (2,70) superior a um jovem branco na mesma faixa de idade

Os dados estatísticos permitem caracterizar que a violência incide essencialmente sobre a população jovem do Brasil, e os negros são os mais vulneráveis.

Educação sem violência

Mais do que teoria e prática, a não violência deve ser uma atitude que permeia toda a prática de ensino, envolvendo todos os profissionais de educação e os estudantes da escola, os pais e a comunidade, em um desafio comum e compartilhado. Assim, a não violência integrada confere ao professor outra visão do seu trabalho pedagógico. A escola deve dar lugar ao diálogo e ao compartilhamento, tornando-se um centro para a vida cívica na comunidade.

Para obter um impacto real, a educação sem violência deve ser um projeto de toda a escola, o qual deve ser planejado, integrado em todos os aspectos do currículo escolar, na pedagogia e nas atividades, envolvendo todos os professores e profissionais da escola, assim como toda a estrutura organizacional da equipe de tomada das decisões educacionais. As práticas de não violência devem ser coerentes e devem estar refletidas nas regras e na utilização das instalações da escola.

Vista pelo ângulo da não violência, a educação ajuda a:

  • aprender sobre as nossas responsabilidades e obrigações, bem como os nossos direitos; 
  • aprender a viver juntos, respeitando as nossas diferenças e similaridades;
  • desenvolver o aprendizado com base na cooperação, no diálogo e na compreensão intercultural;
  • ajudar as crianças a encontrar soluções não violentas para resolverem seus conflitos, experimentarem conflitos utilizando maneiras construtivas de mediação e estratégias de resolução;
  • promover valores e atitudes de não violência - autonomia, responsabilidade, cooperação, criatividade e solidariedade;
  • capacitar estudantes a construírem juntos, com seus colegas, os seus próprios ideais de paz.

Melhores práticas no Brasil:

 

Diálogo intercultural

Embora exista muita informação, tecnologia e conhecimento disponíveis, o que torna o mundo cada vez mais interconectado, isso não significa que indivíduos e sociedades estão vivendo juntos, com paz e justiça para todos. Ainda é necessário um conhecimento adequado para prevenir conflitos, erradicar a pobreza ou possibilitar que todos aprendam para viver em harmonia em um mundo seguro.

A paz é mais do que a ausência de guerra, é viver junto com as nossas diferenças – de sexo, raça, língua, religião ou cultura –, enquanto promovemos o respeito universal pela justiça e pelos direitos humanos dos quais depende tal coexistência. A paz é um processo contínuo de escolha, que requer vigilância constante e participação ativa de todos as pessoas, quando se engajam em um diálogo sincero com outros indivíduos e comunidades.

É fundamental promover e disseminar valores, atitudes e comportamentos que conduzem ao diálogo, à não violência e à aproximação das culturas, em consonância com os princípios da Declaração Universal da Diversidade Cultural, segundo a qual: “Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, é essencial garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais, variadas e dinâmicas, bem como sua disposição de viver juntos. Políticas para a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de paz, coesão social e vitalidade da sociedade civil”.

Hoje, a paz exige investimentos ativos, liderança esclarecida, valores educacionais poderosos, pesquisa extensiva em inovação social e um ambiente progressista da mídia. Cada um destes constitui um requisito relevante para a missão da UNESCO. A Organização contribui para a paz mundial por meio de seus compromissos com o desenvolvimento da educação e das ciências, do enriquecimento da criatividade cultural, da memória e do futuro cultural, incluindo uma estrutura de mídia global vibrante e orientada para a paz.

Saiba mais:

Aprender a viver juntos

“Não é o suficiente estarmos conectados uns aos outros. Também precisamos compartilhar nossas soluções, nossas experiências e nossos sonhos, em uma grande comunidade sustentada pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”. (Irina Bokova, ex-diretora-geral da UNESCO, na Conferência Internacional das Comissões Nacionais da UNESCO, Viena, Áustria, 31 de maio de 2012).

Nas sociedades cada vez mais diversas que existem na atualidade, a UNESCO continua a realizar diariamente sua missão humanista fundamental de apoiar as pessoas a compreenderem umas às outras e a trabalharem juntas para construir a paz duradoura. A UNESCO também ajuda a tornar as pessoas aptas a criarem e utilizarem o conhecimento para a construção de sociedades justas e inclusivas.

Contudo, a paz duradoura reside em uma rede complexa e frágil de práticas diárias incorporadas em contextos locais, bem como nas realizações mais efêmeras e criativas de indivíduos e comunidades, que se inspiram na convicção de que constituem as condições sustentáveis para viver juntos com dignidade e prosperidade compartilhada.

Em uma época de desafios e ameaças mundiais crescentes, como a desigualdade, a exclusão, a violência e o sectarismo, agravados pelas tensões e pelos conflitos locais que minam a coesão da humanidade, o "aprender a viver juntos", entre todos os membros da comunidade mundial, torna-se um fator mais atual do que nunca.

Os indivíduos se tornam competentes em termos interculturais por meio da aprendizagem e das experiências de vida na complexidade moderna de nosso mundo heterogêneo e, consequentemente, tornam-se preparados para apreciar a diversidade e para administrar conflitos, de acordo com os valores do pluralismo e da compreensão mútua.

Dia Internacional da Convivência em Paz

Conviver em paz é aceitar as diferenças e ter a habilidade de ouvir, reconhecer, respeitar e apreciar os outros, bem como viver unidos e de maneira pacífica.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua Resolução 72/130, declarou o dia 16 de maio como o Dia Internacional da Convivência em Paz, como um meio de mobilizar regularmente os esforços da comunidade internacional para promover a paz, a tolerância, a inclusão, a compreensão e a solidariedade. O Dia tem o objetivo de manter o desejo de viver e agir em conjunto, unidos nas diferenças e na diversidade, a fim de construir um mundo sustentável de paz, solidariedade e harmonia.

O Dia convida todos os países a promover ainda mais a reconciliação para ajudar a garantir a paz e o desenvolvimento sustentável, sobretudo ao trabalhar com comunidades, líderes religiosos e outros atores relevantes, por meio de medidas e atos reconciliadores de serviços e ao encorajar o perdão e a compaixão entre os indivíduos

Saiba mais: