<
 
 
 
 
×
>
You are viewing an archived web page, collected at the request of United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) using Archive-It. This page was captured on 16:09:55 Mar 17, 2022, and is part of the UNESCO collection. The information on this web page may be out of date. See All versions of this archived page.
Loading media information hide

Patrimônio Mundial Natural e Reservas da Biosfera no Brasil

Os Sítios do Patrimônio Mundial Natural protegem áreas consideradas excepcionais do ponto de vista da diversidade biológica e da paisagem. Neles, a proteção ao ambiente, o respeito à diversidade cultural e às populações tradicionais são objeto de atenção especial. Os Sítios geram, além de benefícios à natureza, uma importante fonte de renda oriunda do desenvolvimento do ecoturismo.

A UNESCO no Brasil desenvolve ações junto a diversos parceiros, tanto da esfera governamental quanto não governamental com o objetivo de implementar uma gestão coordenada dos diversos Sítios brasileiros. Desta forma, integra responsabilidades e ações nos âmbitos nacional, estadual e municipal, o que contribui para a conservação da biodiversidade nos Sítios do Patrimônio Mundial Natural do Brasil.

No Brasil, existem vários Sítios do Patrimônio Mundial Natural. Desde 1977, o país é signatário da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural  de 1972.

A longa história que vincula o Brasil à UNESCO permitiu a criação de espaços privilegiados colocados a serviço dos valores e das missões da Organização. Esses espaços tanto podem ser os sítios considerados como patrimônio mundial, como as reservas naturais do Programa MaB ou as universidades que abrigam cátedras UNESCO. Em cada um deles, a UNESCO conseguiu deixar sua marca, transformando-os em espaços destinados à excelência, à preservação ou ao conhecimento, contribuindo assim para a difusão dos ideais da Organização.

Consolidação dos Sítios do Patrimônio Mundial Natural no Brasil

Atualmente, a UNESCO no Brasil pretende continuar dando especial atenção a esses espaços. Com contínuo respeito por sua vocação inicial e por sua missão específica, as diferentes equipes de cada área programática dedicam-se a um ativo trabalho conjunto visando a aumentar o valor de seus recursos potenciais em termos de desenvolvimento. Essa colaboração direciona-se,  particularmente, a conferir papel primordial à diversidade natural e cultural brasileira, respondendo às prioridades e aos desafios do país.

As reservas de biosfera, por exemplo, poderiam oferecer uma matriz para a cooperação entre os vários setores da UNESCO. A preservação do meio ambiente (ciências naturais) poderia encontrar uma extensão na valorização do conhecimento indígena (cultura), culminando na criação de empregos e atividades na área do "turismo responsável".

Da mesma forma, esses procedimentos integrados podem produzir material para conteúdos educacionais (educação) e para a divulgação desse conhecimento na internet utilizando tecnologias de comunicação e informação (TICs). 

As Reservas da Biosfera

O Brasil possui volumosas reservas de recursos naturais, vastos biomas contendo vultosas massas de água doce e amplas áreas dotadas de rica e complexa biodiversidade.

Essas riquezas e potencialidades encontram-se ameaçadas, entretanto, em razão da exploração descontrolada pelo homem. Essa situação talvez seja particularmente evidente no que diz respeito ao destino de seus principais biomas.

Reservas da Biosfera no Brasil

Há mais de 15 anos a UNESCO coopera com as Reservas da Biosfera, área na qual o Brasil tem ativa e inovadora atuação, no âmbito do Programa MaB. No entanto, permanece a necessidade de consolidar as conquistas alcançadas e de aperfeiçoar o funcionamento da rede de reservas da biosfera.

Saiba mais:

Você sabe o que é uma Reserva da Biosfera?

Programa O Homem e a Biosfera (MaB)

Criado em 1971, o Programa o Homem e a Biosfera (The Man and the Biosphere Programme  - MaB) é um programa de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e seu meio. As Reservas da Biosfera (RBs) são a principal linha de ação do Programa e sua concepção é um inovador instrumental de planejamento para combater os efeitos dos processos de degradação ambiental.

A Reserva de Biosfera favorece a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, a desertificação, a poluição atmosférica, o efeito estufa etc. A UNESCO mantém uma rede de informações que busca o equacionamento de  problemas das RBs, segundo a melhor tecnologia disponível.

O Brasil aderiu ao Programa MaB/UNESCO em 1974, mesmo ano em que foi criada a Comissão Brasileira do Programa Homem e Biosfera (COBRAMAB). Como meta, o Brasil definiu a criação de pelo menos uma grande Reserva da Biosfera em cada um de seus biomas. Das 669 Reservas da Biosfera existentes no mundo, o Brasil atualmente possui sete reservas.

Sítios do Patrimônio Mundial Natural no Brasil

O Brasil também tem vários sítios naturais declarados Patrimônio Mundial.

1986 - Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná e Argentina

O Parque Nacional de Iguaçu divide com o Parque Nacional Iguazú, na Argentina, uma das maiores e mais impressionantes quedas d’água do mundo, que se estende por aproximadamente 2.700 metros. Essa área é o lar de muitas espécies de flora e fauna raras e ameaçadas de extinção; entre elas, a ariranha e o tamanduá-bandeira. As nuvens de pulverização produzidas pela queda d’água criam um ambiente propício para o crescimento de uma luxuriante vegetação.

1999 - Mata Atlântica - Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná

As Reservas de Mata Atlântica do Sudeste, nos estados de Paraná e São Paulo, reúnem alguns dos melhores e maiores exemplos de Mata Atlântica no Brasil. As 25 áreas protegidas que formam o sítio (cerca de 470 mil hectares, no total) preservam a riqueza biológica e a história evolucionária dos últimos vestígios de vegetação atlântica remanescentes.

1999 - Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo

A Costa do Descobrimento: Reservas de Mata Atlântica, nos estados da Bahia e do Espírito Santo, consiste em oito áreas individuais protegidas, que somam 112 mil hectares de Mata Atlântica e restingas. As florestas tropicais da costa atlântica do Brasil são as mais ricas do mundo em termos de biodiversidade.

Esses sítios contêm uma grande variedade de espécies endêmicas e revela um padrão de evolução não apenas de grande interesse científico, mas também de grande importância para a conservação. Com montanhas cobertas por densas florestas, passando por áreas de mangue, ilhas costeiras com montanhas isoladas e dunas, a área compreende um ambiente natural rico e um cenário de grande beleza.

2000 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central

O Complexo de Conservação da Amazônia Central compõe a maior área protegida da Bacia Amazônica (com mais de 6 milhões de hectares) e constitui-se como uma das regiões mais ricas do planeta em termos de biodiversidade. A área localizada no Estado do Amazonas é composta pelo Parque Nacional do Jaú, a área de demonstração da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamairauá, a  Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e a Estação Ecológica Anavilhanas.

Além disso, também inclui importantes exemplos de ecossistemas de várzea, florestas de igapó, lagos e canais – os quais formam um mosaico aquático em constante mudança, onde vive a maior variedade de peixe elétrico do mundo. O sítio protege algumas espécies-chave ameaçadas, incluindo o pirarucu, o peixe-boi amazônico, o jacaré-açu e duas espécies de botos.

2000 - Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

O Complexo de Preservação do Pantanal é composto por um conjunto de quatro unidades de conservação, com uma área total de 187.818 hectares. Localizado na Região Centro-Oeste do Brasil, no sudoeste do Estado do Mato Grosso, o complexo representa 1,3% da região do Pantanal brasileiro, um dos maiores ecossistemas de água doce em zonas úmidas do mundo.

A cabeceira dos dois principais sistemas fluviais da região, formados pelo Rio Cuiabá e pelo Rio Paraguai, localizam-se nessa região, e a abundância e a diversidade da vegetação e da vida animal são espetaculares.

2001 - Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, Goiás

Os dois parques das área protegidas do Cerrado incluídos nessa designação abrigam exemplares da fauna e da flora e habitats que caracterizam o Cerrado – um dos ecossistemas tropicais mais antigos e diversificados do mundo.

Por milênios, esses locais têm servido de refúgio para várias espécies durante os períodos de mudanças climáticas e permanecerá vital para a manutenção da biodiversidade da região do Cerrado em flutuações climáticas futuras.

2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas

Picos da cordilheira submarina do Atlântico Sul formam o Arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, ao largo da costa do Brasil. Essas áreas representam uma grande proporção da superfície insular da América do Sul e suas riquezas aquáticas são extremamente importantes para a reprodução e a alimentação do atum, bem como de espécies de tubarão, tartarugas e mamíferos marinhos.

As ilhas são o lar das maiores concentrações de pássaros marinhos tropicais no Atlântico Ocidental. A Baía dos Golfinhos conta com uma população excepcional de golfinhos locais e, durante a maré baixa, a paisagem do Atol das Rocas torna-se espetacular, com lagoas e piscinas naturais repletas de peixes.

    2021 - Sítio Roberto Burle Marx

    Situado a oeste do Rio de Janeiro, o local incorpora um projeto de sucesso desenvolvido ao longo de mais de 40 anos pelo arquiteto, paisagista e artista Roberto Burle Marx (1909-1994) para criar uma “obra de arte viva” e um “laboratório paisagístico”, usando plantas nativas e com base em ideias modernistas. Iniciado em 1949, o Sítio apresenta as características principais que definiram os jardins paisagísticos de Burle Marx e influenciaram o desenvolvimento de jardins modernos internacionalmente.

    O jardim é caracterizado por formas sinuosas, plantio em massa exuberante, arranjos arquitetônicos de plantas, contrastes dramáticos de cores, uso de plantas tropicais e a incorporação de elementos da cultura popular tradicional. No final da década de 1960, o local abrigava a coleção mais representativa de plantas brasileiras, ao lado de outras espécies tropicais raras. No local, 3.500 espécies cultivadas da flora tropical e subtropical crescem em harmonia com a vegetação nativa da região, notadamente manguezais, restinga (um tipo distinto de floresta tropical úmida costeira e subtropical) e a Mata Atlântica. O Sítio Roberto Burle Marx apresenta uma concepção ecológica da forma como um processo, incluindo a colaboração social que é a base da preservação ambiental e cultural. É o primeiro jardim tropical moderno a ser inscrito na Lista do Patrimônio Mundial. 

    Saiba mais: