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Desenvolvimento social inclusivo no Brasil

O mundo está passando por importantes transformações sociais causadas pelo impacto da globalização, da mudança ambiental mundial e pela crise econômica e financeira, o que resulta em desigualdades, pobreza extrema, exclusão e privação dos direitos humanos fundamentais.

Essas transformações demonstram a urgência por soluções inovadoras de condução aos valores de paz, dignidade humana, igualdade, não violência e não discriminação. Os homens e as mulheres jovens, que são os mais afetados por tais mudanças, são, portanto, os principais atores dessas transformações sociais.

As transformações sociais ocorridas por meio da inclusão e da inovação social estão presentes em todas as atividades da UNESCO, com foco particular nas pessoas que estão em situações mais vulneráveis, em desvantagem ou excluídas. O Programa da UNESCO em Gestão de Transformações Socais (Management of Social Transformations Programme - MOST) e seu Conselho Intergovernamental (Intergovernmental Council - IGC) são mecanismos de promoção exclusivos para o avanço holístico de iniciativas de capacitação em transformações sociais, e para a construção de ligações entre o conhecimento científico social, as políticas públicas e a sociedade, bem como para garantir suas respectivas implementações.

O Programa MOST tem foco em duas prioridades temáticas:

  • Inclusão social como uma característica essencial de combate à pobreza, redução das desigualdades e desenvolvimento de sociedades inclusivas, como um dos principais objetivos do desenvolvimento sustentável, e
  • Transformação social causada por mudanças ambientais em reconhecimento à necessidade de tratar de crises que vão desde a redução de recursos naturais, escassez de alimentação, água e energia, perda da biodiversidade, tensões causadas pela aceleração da urbanização e do crescimento populacional, até a mudança climática e desastres naturais. Considerando que o desenvolvimento sustentável apresenta pilares sociais e ambientais inseparáveis, os desafios sociais e ambientais são muito interligados.
  • Historicamente, as enormes desigualdades sociais, econômicas e culturais expressam uma das características mais marcantes do Brasil. Em anos recentes, percebe-se um crescimento da consciência da sociedade e do governo quanto à necessidade de se reverter essa condição,com a  criação de mecanismos de participação e controle social, programas, projetos e ações que indicam um movimento de transformações positivas.

Apesar de apresentar um grande número de pessoas pobres, o Brasil não é um país pobre, mas precisa superar um quadro de injustiça social e desigualdade. As desigualdades sociais estão presentes em todo o país, o que se reflete em uma posição intermediária ocupada pelo Brasil no ranking de países do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isso significa que ainda há muitas dificuldades a serem superadas nas áreas de educação, assistência social, saúde, distribuição de renda e emprego.

A redução da pobreza e a luta contra as desigualdades sociais são as grandes prioridades do Programa de Ciências Humanas e Sociais (SHS) da UNESCO no Brasil. Pratica-se uma abordagem avançada e estratégica, com base no avanço do conhecimento e da pesquisa em ciências sociais, com o propósito de subsidiar a formulação de políticas públicas e reforçar a capacitação e o treinamento das competências dos recursos humanos.

Os projetos na área da inclusão social, em estreita cooperação com o governo, as OSCs e a sociedade civil, recebem especial atenção. A UNESCO presta cooperação técnica em todos os estágios, do planejamento à implementação de projetos, bem como nas atividades inovadoras.

A pobreza não está relacionada somente à falta de recursos, mas engloba diversos elementos como a desigualdade na distribuição de renda, a vulnerabilidade, a exclusão social, a violência, a discriminação, a ausência de dignidade etc.

A Organização procura direcionar seu discurso, suas práticas, suas perspectivas e a alocação de seus recursos para instrumentalizar a educação, a cultura, a ciência e a comunicação para promover ações que visam à redução da pobreza e à ascendência dos índices de desenvolvimento humano dos povos:

  • constituindo-se em um foro de troca de ideias sobre políticas e práticas internacionais; e
  • promovendo o intercâmbio e disseminando experiências exitosas sobre inclusão social.

A UNESCO acredita que desenvolver o capital social significa fortalecer a sociedade civil por meio de políticas que promovam mudanças reais na qualidade de vida das populações..

Saiba mais:

Relatório Mundial de Ciências Sociais

O Relatório Mundial de Ciências Sociais é produzido pelo Conselho Internacional de Ciências Sociais (International Social Science Council – ISSC) e coeditado com a UNESCO. Centenas de cientistas sociais de todo o mundo, com suas áreas de expertise, contribuem com a publicação. O Relatório é uma visão geral abrangente dessa área do conhecimento e é publicado a cada três anos. 

"O desafio das desigualdades: caminhos para um mundo justo"

A desigualdade nunca esteve em uma posição de tamanho destaque na agenda dos formuladores de políticas de todo o mundo, nem foi um tema tão importante para a pesquisa em ciências sociais. Atualmente, são publicados mais artigos de periódicos sobre os temas da desigualdade e da justiça do que nunca.

Este é o Resumo do Relatório Mundial de Ciências Sociais 2016. Ele está fundamentado nos estudos de mais de cem cientistas sociais e outros pensadores de destaque de todo o mundo, em várias disciplinas, para enfatizar respostas transformadoras à desigualdade em todos os âmbitos, das bases socioeconômicas até a governança mundial.

O texto conclui que:

  • a desigualdade, se não for controlada, pode comprometer a sustentabilidade das economias, das sociedades e das comunidades;
  • as desigualdades não devem ser entendidas e abordadas apenas em termos de renda e riqueza – elas são econômicas, políticas, sociais, culturais, ambientais, espaciais e com base no conhecimento;
  • os vínculos e as interseções das desigualdades devem ser mais bem compreendidas para a criação de sociedades mais justas;
  • é necessário que ocorra uma mudança gradual em direção a uma agenda de pesquisas que seja interdisciplinar, de múltipla escala e mundialmente inclusiva para fundamentar caminhos em direção a uma maior igualdade.

Em suma, muitos países investem muito pouco na pesquisa sobre os impactos de longo prazo da desigualdade que incide na sustentabilidade de suas economias, de suas sociedades e comunidades. Se não tratarmos desse assunto com urgência, as desigualdades irão transformar a ambição transversal de “não deixar ninguém para trás” até 2030 em um slogan vazio de significado.

O Relatório Mundial de Ciências Sociais 2016 foi elaborado pelo ISSC e pelo Institute of Development Studies (IDS), e é copublicado pela UNESCO.

  • Resumo do Relatório em português

Imaginar o mundo por vir

Márcia Barbosa, física, diretora da Academia Brasileira de Ciências e vencedora do Prêmio L'Oréal-UNESCO de 2013, participa do Fórum UNESCO: Imaginar o Mundo por Vir, em que ela propóe projetar um novo normal para o mundo após a pandemia da COVID-19, com base em quatro pilares: evidências, eficiência, equidade e empatia.

Sociabilidades Subterrâneas: identidade, cultura e resistência em favelas do Rio

A Representação da UNESCO no Brasil, em parceria com a London School of Economics (LSE), as Fundações Itaú Cultural e Itaú Social, o Afro Reggae e a Central Única das Favelas (CUFA), está conduzindo uma pesquisa para estudar formas de sociabilidade que continuam invisíveis e subterrâneas no âmbito das sociedades convencionais.

O principal objetivo da pesquisa consiste em explorar os meios alternativos de integração e socialização que são desenvolvidos por comunidades que vivem em condições de extrema exclusão social e miséria. Além disso, pretendeu-se estudar e disseminar a metodologia de trabalho com e para jovens desenvolvida pelos grupos AfroReggae e CUFA. 

Essas organizações, por meio de atividades artísticas, trabalham com comunidades em situação de risco em um ambiente de drogas, gangues e armas, visando a redefinir sociabilidades e identidades. Elas aproveitam as tradições artísticas e culturais presentes nas comunidades, os conhecimentos e comportamentos locais, assim como seus bens sociais, para trabalhar a autoestima e recuperar o sentimento de valor próprio perdido em locais onde o matar e o morrer são banalizados. Dada a riqueza e a singularidade dessas experiências, é importante mapeá-las e compreender como podem servir de informação em outros contextos e situações de exposição a riscos semelhantes. 

O projeto foi parte de uma extensa rede de parcerias com a LSE e universidades parceiras, com as próprias comunidades estudadas, com a polícia local, o Afro Reggae, a CUFA, a UNESCO e as Fundações Itaú Cultural e Itaú Social.  Cada etapa do projeto foi discutida por todos os parceiros, por meio de uma metodologia participativa e de diversos seminários e reuniões.

Em 2012, dois Seminários foram realizados para apresentação, divulgação e disseminação dos resultados da pesquisa: um no Rio de Janeiro, dia 13 de setembro e outro na LSE, dia 2 de novembro.

Saiba mais: