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Construir a paz nas mentes dos homens e das mulheres

Inteligência Artificial: as promessas e as ameaças


Digital work by the artist Evgenija Demnievska, representing Janus, the Roman god with two faces: one looking at the past, the other at the future. He presides over all transitions, from one state to another.

Computadores e robôs estão aprendendo a tomar decisões! É claro, “decidir” é uma palavra forte demais para máquinas que não têm consciência e cujo nível de “raciocínio” não é sequer evoluído como o de um sapo. Mas os últimos desenvolvimentos em Inteligência Artificial (IA) são suficientes para assustar alguns e despertar a imaginação de outros.

Entre o mito e a realidade, onde se situa exatamente a atual pesquisa sobre esta tecnologia que ameaça desestabilizar todas as outras? Na seção Grande Angular, O Correio tenta desfazer os nós dos vários caminhos de investigação e traz alguns sinalizadores terminológicos para ajudar leitores leigos a se localizarem no fascinante, porém assustador mundo da IA.

Para muitos, a palavra “inteligência” é apenas uma metáfora quando aplicada a máquinas ou robôs que são destinados – nos foi garantido ‒ a permanecerem como simples e humildes assistentes dos humanos. A IA nos ajuda a transcender as barreiras da linguagem por meio da tradução automática, a desempenhar muitas tarefas da nossa rotina, ou mesmo a fazer trabalhos domésticos, fabricar produtos, detectar doenças mais cedo do que poderiam os médicos e criar próteses que podem ser ativadas pelo pensamento.

Mesmo assim, a combinação de aprendiagem profunda e big data não está apenas provocando uma revolução em IA, mas também está ativando a Quarta Revolução Industrial, para a qual nossas sociedades podem não estar preparadas ainda. Muitos especialistas acreditam que a IA é mais uma revolução cultural do que tecnológica, e que a educação terá de adaptar-se rapidamente às novas realidades – para que gerações futuras aprendam a viver em um mundo radicalmente diferente do mundo que nós conhecemos hoje.

A questão que já está sendo discutida é: não há o risco de que os dados disponíveis para a IA possam ser utilizados para confirmar ideias pré-fabricadas e preconceitos? Perfil racial, censura, previsão de personalidade criminal etc. – estes critérios discriminatórios já estão sendo usados por máquinas que são ensinadas a analisar padrões de comportamento. Quanto mais complexo o desenvolvimento tecnológico se torna, mais complexas são as questões éticas levantadas. O desenvolvimento de robôs assassinos ié um exemplo evidente disso.

Junto destes desafios éticos, existe o risco da monopolização do poder. Enquanto a IA está dando seus primeiros passos na África, um pequeno número de países está investindo bilhões de dólares em pesquisa básica – que está quase completamente nas mãos de alguns poucos gigantes da computação, como sabemos. Estes desafios internacionais pedem por uma coordenação internacional. Isto é essencial se desejamos que a IA se desenvolva de maneira responsável.

 

Como nossos leitores regulares já sabem, este é o 70º aniversário de O Correio da UNESCO, e em cada número deste ano estamos publicando um artigo com uma visão retrospectiva sobre a jornada excepcional da nossa revista. Em 18 de julho celebramos outro aniversário excepcional: o centenário do nascimento de Nelson Mandela, ele que, durante seu longo aprisionamento na Ilha Robben, foi privado do direito de ler todas as publicações – com exceção de O Correio

Em Assuntos Atuais, oferecemos a oportunidade de descobrir – por meio de um drone – os templos misteriosos de Tiauanaco, na Boíivia. Você também viajará até Galápagos, no Equador, na companhia de Luc Jacquet, o diretor de A Marcha dos Pinguins, que venceu um Oscar em 2006. 

Vinte anos após os terríveis massacres da guerra na Argélia, voltamos ao tempo com Nosso Convidado, o cineasta e documentarista Malek Bensmaïl – cuja missão é criar uma memória contemporânea de seu país. A relação entre história, memória e criações artísticas também está ao centro da reflexão do filósofo de Guadalupe Alain Foix, a quem dedicamos as páginas da sessão Ideias.

 

In Zoom, we travel the world, this time in the company of Floriane de Lassée, a photographer fascinated by these walkers who transport loads on their heads that are as varied as they are voluminous. With their backs sometimes bent, but their heads still held high, these modern caryatids carry with them the weight of tradition, education, family – and life itself.

Jasmina Šopova, diretora editorial

2018-3