<
 
 
 
 
×
>
You are viewing an archived web page, collected at the request of United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) using Archive-It. This page was captured on 04:20:55 Mar 19, 2022, and is part of the UNESCO collection. The information on this web page may be out of date. See All versions of this archived page.
Loading media information hide
Press release

COVID-19: dois terços dos países mais pobres estão cortando seus orçamentos para a educação em um momento em que menos podem fazer isso

22/02/2021

Os orçamentos para a educação não estão se alinhando de maneira proporcional aos desafios provocados pela COVID-19, especialmente nos países mais pobres. Apesar da necessidade de financiamento adicional, o que está ocorrendo na realidade é que, desde o início da pandemia, dois terços dos países de renda baixa e média-baixa cortaram seus orçamentos para a educação pública, de acordo com o novo relatório conjunto entre o Banco Mundial e a UNESCO, Education Finance Watch (EFW).

Em termos comparativos, o EFW demonstra que apenas um terço dos países de renda média-alta e alta reduziram seus orçamentos. Até agora, esses cortes têm sido relativamente pequenos, mas há o perigo de que aumentem, uma vez que a pandemia continua a afetar a economia e a piorar a situação fiscal dos países. Essas tendências divergentes implicam um aumento significativo das grandes disparidades de gastos, que já existem entre os países de renda baixa e os de renda alta.

De acordo com o novo relatório, antes da pandemia da COVID-19, nos anos de 2018 e 2019, os países de renda alta estavam gastando por ano o equivalente a US$ 8.501 na educação de cada criança ou jovem, comparados com o valor de US$ 48 gasto pelos países de renda baixa. A COVID-19 está ampliando ainda mais essa enorme lacuna de gasto per capita em educação entre os países ricos e os pobres.

Este é um momento crítico, em que os países precisam recuperar as perdas de aprendizagem ocasionadas pela pandemia, investir em educação corretiva e aproveitar essa janela de oportunidade para construir sistemas mais eficazes, equitativos e resilientes. A crise de deficiência da aprendizagem que existia antes da COVID-19 está se tornando ainda mais grave, além de estarmos preocupados com o quão desigual é esse impacto. Os países e a comunidade internacional de desenvolvimento devem investir mais e melhor nos sistemas educacionais e fortalecer o vínculo entre gastos e aprendizagem, bem como em outros resultados de capital humano.

Mamta Murthi, vice-presidente para Desenvolvimento Humano, Banco Mundial

O EFW observa que o gasto mundial em educação tem aumentados nos últimos dez anos, mas os sinais são de que a pandemia deve interromper essa tendência de aumento. Desde 2010, o financiamento da educação tem crescido mais rapidamente em países de renda baixa e média-baixa, onde são maiores as lacunas entre as alocações atuais e o financiamento necessário para atingir até 2030 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A deterioração das finanças públicas no médio prazo sugere que, sem esforços coordenados para priorizar a educação, as perspectivas de mobilização dos recursos necessários para o setor irão piorar.

A ajuda internacional para a educação aumentou 21% nos últimos dez anos. Os gastos aumentaram rapidamente na década de 2000 e caíram entre 2010 e 2014, após a crise financeira de 2008. No entanto, desde 2014, essa ajuda aumentou em 30%, atingindo em 2019 o nível mais alto registrado, de US$ 15,9 bilhões. Contudo, as restrições fiscais, as outras necessidades setoriais e as mudanças nos padrões de mobilidade estudantil sugerem que a ajuda externa para a educação deve ser reduzida em um momento no qual ela é mais necessária.

O financiamento externo é a chave para apoiar as oportunidades educacionais das pessoas mais pobres do mundo. No entanto, os países doadores provavelmente – alguns já começaram a fazê-lo – irão transferir para suas prioridades internas o orçamento destinado à ajuda internacional para a educação. A área de saúde e outras emergências também estão competindo por recursos. Em geral, nós prevemos um ambiente desafiador para os países que dependem de ajuda para a educação. Estimamos que ela deverá diminuir US$ 2 bilhões em relação ao seu pico em 2020 e não retornará aos níveis de 2018 por mais seis anos.

Stefania Giannini, diretora-geral adjunta da UNESCO para Educação

O EFW é um esforço colaborativo entre o Banco Mundial e a equipe do Relatório Mundial de Monitoramento da Educação (Relatório GEM) da UNESCO. Esse novo relatório será produzido a cada ano, após a principal divulgação de seus dados financeiros, que será realizada pelo Instituto de Estatística da UNESCO (UIS). O objetivo do EFW consiste em reunir os melhores dados disponíveis sobre todas as fontes de financiamento da educação e acompanhar os esforços para melhorar as informações sobre os níveis e o uso do financiamento do setor. Contudo, informações oportunas e de boa qualidade sobre os governos, as famílias e os gastos com a ajuda internacional para a educação não estão prontamente disponíveis em todos os países. Isso atrapalha o planejamento e o monitoramento, em um momento em que os países não podem se dar ao luxo de errar.

Saiba mais (links em inglês):

  • Sobre o Banco Mundial
  • Sigua o Banco Mundial em: @WBG_Education

Contatos de imprensa: