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Ciência, tecnologia e inovação no Brasil

É necessário que os cidadãos estejam preparados para atuar em decisões importantes e participar mais de perto dos avanços tecnológicos e científicos para a sociedade. Para isso, uma formação científica básica desde o início do processo escolar é fundamental, o que torna prioritário o investimento em educação científica. Essa abordagem contribui, de forma decisiva, para que jovens tenham motivação para seguir carreiras nas áreas científicas e tecnológicas. Porém, a consequência mais importante é contribuir para a melhoria da educação, tema que tem mobilizado vários segmentos da sociedade, devido à sua importância.

Ciência aberta

A ciência aberta visa a tornar a pesquisa e os dados científicos acessíveis a todos.

Para criar um consenso mundial sobre ciência aberta, a elaboração da Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta se baseia em um processo inclusivo, transparente e consultivo, que envolve todos os países e todas as partes interessadas.
 

Espera-se que a Recomendação defina valores e princípios compartilhados para a ciência aberta, assim como indique medidas concretas sobre acesso aberto e dados abertos, com propostas de ação para aproximar os cidadãos da ciência e definir compromissos para melhorar a distribuição e a produção científica em todo o mundo.

O processo de elaboração da Recomendação é equilibrado por regiões, além de ser altamente inclusivo e colaborativo. Envolve várias partes interessadas e deve levar à aprovação da Recomendação pelos Estados-membros da UNESCO em 2021.

Ao desenvolver a Recomendação sobre Ciência Aberta, a UNESCO está coletando contribuições de todas as regiões e de todas as partes interessadas, por meio de consultas online, reuniões regionais e temáticas e vários debates sobre as implicações, os benefícios e os desafios da ciência aberta em todo o mundo.

A Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta complementará a Recomendação sobre Ciência e Pesquisa Científica de 2017. Ela também será construída com base na Estratégia da UNESCO sobre Acesso Aberto à Informação e à Pesquisa e na nova Recomendação da UNESCO sobre Recursos Educacionais Abertos.

Movimento de Ciência Aberta

O Ciência Aberta (Open Science) é um movimento que visa a tornar a pesquisa e os dados científicos acessíveis a todos. Ele inclui práticas como a publicação aberta de pesquisas científicas, campanhas para o acesso aberto e, em geral, a facilitação da publicação e da comunicação do conhecimento científico. Além disso, inclui outras formas de tornar a ciência seja mais transparente e acessível durante o processo de pesquisa, incluindo a ciência de notebooks abertos (open notebook science), a ciência cidadã (citizen science) e aspectos de softwares de código aberto (open source software) e projetos de pesquisa com financiamento coletivo (crowdfunding).

As muitas vantagens deste movimento incluem as seguintes:

  • Maior disponibilidade e acessibilidade dos resultados de pesquisas científicas financiadas publicamente.
  • Possibilidade de rigorosos processos de revisão por pares.
  • Mais reprodutibilidade e mais transparência dos trabalhos científicos.
  • Maior impacto da pesquisa científica.

A ciência aberta utiliza o predomínio da internet e das ferramentas digitais associadas a ela para permitir uma maior colaboração na pesquisa de âmbito local e mundial. Muitos documentos, organizações e movimentos sociais defendem uma adoção mais ampla da ciência aberta e de dados científicos abertos (open science data). Essas iniciativas promovem o desenvolvimento e a implementação de estratégias de comunicação da pesquisa científica que sejam inclusivas, eficazes e propícias à colaboração e à descoberta em todos os campos científicos.

Declarações de princípios históricas, como a Iniciativa de Acesso Aberto de Budapeste (Budapest Open Access Initiative), de 2001, e os Princípios Panton (Panton Principles), assim com novas declarações, como a Chamada para Ação sobre Ciência Aberta de Amsterdã (Amsterdam Call for Action on Open Science) apresentada à Presidência Holandesa do Conselho da União Europeia (Presidency of the Council of the European Union) em maio, estão conduzindo forças que tentam regularizar licenças e a abertura de dados científicos e literatura científica.

  • Aqui, destaca-se a situação atual do Movimento de Ciência Aberta na região da América Latina e Caribe (em inglês).

Saiba mais:

 

Inteligência artificial (IA)

Para que essa nova tecnologia, Inteligência Artificial (IA), seja desenvolvida de maneira responsável, é necessário que haja uma coordenação internacional para enfrentar o desafio de tais avanços tecnológicos que se desenvolvem tão rapidamente.. 

A IA, assim como as novas tecnologias como robótica, computação em nuvem e Internet das Coisas estão transformando áreas do conhecimento, economia e indústrias, além de estarem desafiando ideias sobre o que significa ser humano.  A IA possui um enorme potencial para beneficiar a humanidade e promover o desenvolvimento sustentável, mas apenas se for desenvolvida de forma que respeite as normas e padrões mundiais, e que esteja fundamentada nos princípios de paz.

Leia mais:

Mulheres e meninas na ciência

A ciência e a igualdade de direitos entre homens e mulheres são essenciais para o desenvolvimento. No entanto, mulheres e meninas continuam a ser excluídas da participação integral na ciência: menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres.

A maneira como vamos lidar com alguns dos maiores desafios para  alcançar o desenvolvimento sustentável (Agenda 2030 for Sustainable Development) – desde a melhoria de sistemas de saúde à melhoria de sistemas de redução de desastres naturais – dependerá do aproveitamento de todos os talentos. Isso significa fazer com que mais mulheres trabalhem nesses campos. A diversidade na pesquisa expande o grupo de pesquisadores talentosos, trazendo nova perspectiva, talento e criatividade.

A igualdade de direitos entre homens e mulheres deve ser considerada um meio fundamental para promover a excelência científica e tecnológica. Na verdade, o potencial inexplorado de meninas e mulheres brilhantes interessadas em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Science, Technology, Engineering and Mathematics –  STEM), mas que optam por não estudar ou seguir carreiras nesses campos devido a vários obstáculos que enfrentam, representa uma oportunidade perdida, tanto para as próprias mulheres como para a sociedade como um todo. 

A UNESCO está comprometida em promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres pelos sistemas educacionais e em todos os seus níveis, desde a pré-escola até a educação superior, em estruturas formais e não formais; e em todas as áreas de intervenção, desde a infraestrutura de planejamento até a formação de professores.

Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado a cada ano em 11 de fevereiro, é liderado pela UNESCO e pela ONU Mulheres em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil que promovem o acesso e a participação de mulheres e meninas na ciência.

O Dia foi aprovado pela Assembleia das Nações Unidas em 22 de dezembro de 2015, por meio da Resolução A/RES/70/212, para promover o acesso integral e igualitário da participação de mulheres e meninas na ciência. Esse dia é um lembrete de que as mulheres e as meninas desempenham um papel fundamental nas comunidades da ciência e tecnologia e que a sua participação deve ser fortalecida. 

Nos próximos anos, a pesquisa científica vai desempenhar um papel fundamental no monitoramento de tendências relevantes em áreas como segurança alimentar, saúde, água e saneamento, energia, gerenciamento de ecossistemas oceânicos e terrestres e alterações atmosféricas. As mulheres vão desempenhar um papel essencial na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ao ajudar a identificar problemas globais e encontrar soluções.

Apesar dos ganhos notáveis que as mulheres conquistaram na educação e na força de trabalho nas últimas décadas, o progresso foi desigual. De acordo com o Instituto de Estatísticas da UNESCO (UNESCO-UIS), apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres. As mulheres continuam sub-representadas nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas (STEM), tanto no âmbito da graduação quanto no âmbito das pesquisas. Mesmo nos campos científicos onde as mulheres estão presentes, elas são sub-representadas nas decisões políticas tomadas nos mais altos níveis da pesquisa científica.

O número de mulheres que foram reconhecidas como líderes por sociedades de alto prestígio ou por meio de premiação permanece baixo, apesar de algumas exceções de personalidades de expressão. A falta de reconhecimento das conquistas das mulheres contribui para o equívoco de que as mulheres não podem atuar na ciência ou, pelo menos, não tão bem como os homens.

Promover a igualdade da participação de mulheres na ciência requer uma mudança de atitudes: as meninas precisam acreditar nelas mesmas como cientistas, exploradoras, inovadoras, engenheiras e inventoras.

Educação científica

O grande desafio do país é fazer com que os investimentos realizados no ensino de ciências cheguem cada vez mais de forma homogênea à população e possam efetivamente melhorar a sua qualidade de vida.

A escala dos problemas enfrentados pelo Brasil neste campo são complexos e consequências são de difícil solução em curto prazo.

Os desafios enfrentados pelo Brasil em educação científica não podem ser tratados isoladamente, dadas as relações de causa e efeito existentes, como por exemplo:

  • incremento e estímulo à educação científica versus déficit de professores em matemática, física, química e biologia;
  • melhoria da qualidade do ensino de ciências versus déficit na infraestrutura escolar.

A UNESCO tem importante papel a desempenhar no avanço da educação científica, e também na política de Ciência, Tecnologia e Inovação. Particularmente, iniciativas devem ser implementadas com vistas a fortalecer o ensino científico nas escolas do ensino fundamental e médio.

Em conformidade com a Conferência Mundial sobre Ciência de Budapeste, a UNESCO deverá apoiar os esforços nacionais que visem a promover a inclusão social por meio de estratégias para o uso da informação em Ciência e Tecnologia.

Considera-se prioritário empregar esforços em cooperação técnica:

  • na geração de novos conhecimentos técnico-científicos; 
  • na difusão do conhecimento científico; e
  • na capacitação de recursos humanos

Leia mais:

Políticas em ciência, tecnologia e inovação no Brasil

Considerando o contínuo envolvimento no apoio às políticas de ciência, tecnologia e inovação do Brasil, a educação científica e o desenvolvimento de práticas sustentáveis constituem temas de grande interesse para a UNESCO. A UNESCO atua como indutora nesses temas e oferece ao país suporte para a estabilidade das políticas no campo das ciências naturais, assim como promove a cooperação técnica nacional e internacional.

 

Na área de ciência, tecnologia e inovação, o maior desafio no Brasil é a elaboração e a implementação de uma política de longo prazo que permita ao desenvolvimento científico e tecnológico alcançar a população e que efetivamente tenha um impacto determinante na melhoria das condições de vida da sociedade. Esse é um processo que vem se aperfeiçoando com o tempo e que, cada vez mais, evidencia o grande potencial de geração de desenvolvimento e inclusão social do investimento público e privado em ciência e tecnologia.

Eleger ciência, tecnologia e inovação como uma escolha estratégica para o desenvolvimento do país implica priorizar investimentos nesse setor, para recuperar o tempo perdido e avançar aceleradamente na geração e na difusão de conhecimentos e inovações, em especial quanto à sua incorporação na produção. Significa também advogar em prol da importância da ciência, da tecnologia e da inovação como fator de integração das demais políticas de desenvolvimento do Estado.

No setor de Gestão em Ciência, Tecnologia & Inovação, o Brasil possui um sistema estruturado, composto de um órgão central coordenador e de agências de fomento responsáveis pelas definições e implantação de políticas de desenvolvimento de ciência, tecnologia e inovação. O mesmo modelo é observado nos sistemas estaduais para gestão de políticas  de desenvolvimento locais em ciência, tecnologia e inovação, respeitando-se as vocações regionais.

O país tem capacidade material e intelectual instalada, capaz de promover avanços significativos nas políticas nacionais nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, bem como de meio ambiente, além de promover uma sociedade civil mobilizada e um potente setor empresarial.

Nesse sentido, a UNESCO procura sensibilizar a sociedade brasileira sobre o papel da ciência como promotora da paz e do desenvolvimento, incluindo tomadores de decisão, gestores públicos e formadores de opinião da iniciativa privada.

Relatório de Ciência da UNESCO

Há duas décadas, o Relatório Científico da UNESCO tem mapeado regularmente a governança das áreas de ciência, tecnologia e inovação (CTI) em todo o mundo. O relatório é publicado a cada cinco anos, em 10 de novembro, para marcar o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento.

A última edição, de 2015, resume a evolução desde 2010, tendo como pano de fundo as tendências socioeconômicas, geopolíticas e ambientais que ajudaram a moldar a política e a governança contemporânea das CTI.

O Relatório foi escrito por cerca de 60 especialistas, e cada um cobriu o país ou a região de onde são oriundos, e apresenta as tendências e os desenvolvimentos em política e governança em CTI entre 2010 e meados de 2015, além de fornecer informações essenciais básicas sobre as preocupações e as prioridades dos países que podem orientar a implementação e a avaliação para o desenvolvimento sustentável nos próximos anos.

O relatório de 2015 está disponível para download gratuito:

Relatórios anteriores (em inglês):